Faldeo del Epuyén, o branco inusitado da Argentina

Voltando aos comentários sobre as ampolas trazidas de Bs.As., partimos de um vinho totalmente diferente de seus pares de Mendoza ou Córdoba; longe disso. A começar pela região de produção, que situa-se no local mais austral do planeta, entre os paralelos 43-45 graus de latitude sul. Só comparado a região de Central Otago, na Nova Zelândia, do outro lado do globo.
 
Faldeo del Epuyén Chardonnay-Riesling 2009, este é o nome do vinho argentino sem comparações! Sua cor amarelo com fios dourados o torna diferente de tudo que vi por aquelas bandas. Límpido e brilhante, o visual já instiga a curiosidade. Austero no nariz mas incrivelmente intenso na boca. Aromas de cítricos, mel, pera (bem pouco). Floral e com notas minerais. A prova gustativa é seu ponto forte. Seco, de uma acidez marcante e equilibrada no álcool. Fresco e cativante. Persistência com gosto de quero mais. Quem produz esta maravilha de branco é o competente enólogo Darío Maldonado, que faz vinhos encantadores na região fria de Chubut, Patagônia. Bodega Patagonian Wines by Weinert. Tiragem só de 3.000 garrafas e sem passagem em madeira, claro! O blend é de 70% chardonnay e 30% riesling, que dá o toque gustativo aromático. Nota 88 pts. O nome quer dizer: Encostas do [lago] Epuyén.
 
Um vinho branco de pequena guarda; raridade neste país. Tanto que pode ser aerado antes de beber e melhora mais e mais com tempo de taça. Mostrou-se bastante versátil com comida, podendo ser combinado tanto com carnes suínas e codornas, quanto com frutos-do-mar, paellas ou saladas bem temperadas. No meu caso, provei-o com uma magnífica Paella valenciana, de frutos-do-mar (não fiz a autêntica paella de coelho, por não ter achado os roedores à época), que preparei num almoço em família (fotos). Nem preciso dizer como ficou delicioso o prato, certo.  🙂